Séculos XIX e XX

Séculos XIX e XX

sábado, 3 de julio de 2010

O Brasil e a Argentina. Texto 7 : A Argentina 1880-1930

Os políticos que se desempenharam no final do século XIX foram chamados da geração “do 80”. Nessa época,a Argentina foi consolidada como país agro-exportador, liberal e positivista. No mercado internacional foi produtor de matérias primas, vinculado ao comércio inglês.
A pampa úmida oferecia vantagens para produzir as matérias primas e os alimentos que a Europa precisava cada vez em maior quantidade. O aumento das exportações entre 1880 e 1914 foi do índice, de 50 a 500 milhões de pesos oro. A isso se somou a cria de gado, também se exportaram ovelhas e bois.
A introdução do frigorífico abriu a possibilidade de colocar no mercado externo não só couros, crinas e outros derivados animais, senão também carnes conservadas ou esfriadas, o ciclo da lã que tinha começado em 1850 estava finalizando.
Os governos tinham promovido campanhas para chegada de imigrantes da Europa. Eles vieram em massa aproveitando os benefícios para radicação de estrangeiros.
As terras na pampa úmida tinham sido desabitadas, e “pacificadas”. Foram-se criando novos povos de imigrantes: os colonos que aproveitando as novas estradas se dedicavam às atividades agrícolas, era a “pampa gringa”.
A paisagem rural tinha cambiado, as propriedades eram de diferentes tamanhos, pequeninas no interior, e imensas no Buenos Aires. Os donos das grandes propriedades moravam nas cidades e alugavam parte de suas terras, o arrendatário se encarregava da exploração.
Nas cidades a população era heterogênea, além da elite de proprietários das terras, alojavam-se grandes comerciantes, banqueiros, políticos. Os setores médios cresciam e se desenvolviam ao ritmo da economia. Maestros, profissionais em ascensão, empregados públicos foram os principais beneficiários de um sistema educativo que se estendeu em forma livre e gratuito. Mais também estavam os que foram menos beneficiados. Operários, artesãos, trabalhadores que se converteram em protagonistas dos principais conflitos sociais gerados no período.
Os trabalhadores se organizaram em grêmios com a filiação ideológica trazida dos países de origem, anarquistas ou socialistas, e reclamaram desde fins do século XIX melhores condições de trabalho, melhores salários e melhores condições de vida, lembremos que eles viviam amontoados nos quartos de aluguer, com cozinha e banheiro compartilhado. Os governos proibiam as agrupações, e abriram um buraco entre os trabalhadores e as classes políticas. O conflito terminou coma lei do voto universal em 1912.
O desarrolho industrial estava limitado pelo modelo de país agro-exportador, e se relacionaram com os frigoríficos e molinhos de farinhas. A indústria alimentaria destinada ao mercado interno cresceu e foram importantes as fábricas de fidéus, de bolachas, de cerveja, de vinho, de açúcar. Os artesãos eram carpinteiros, sapateiros, costureiras, alfaiates.

Características da economia:

• Dependência econômica: os centros europeus tinham poder de decisão sobre a organização da produção.
• Latifúndio como unidade de produção agropecuária. Dos imigrantes, só 1/4 ficou na pampa, os outros moraram nas cidades. Os donos dessas terras, atuaram associados a capitais estrangeiros.
• Intervenção do estado para o funcionamento do modelo garantindo a livre circulação de capitais, construindo estradas unificadas no porto de Buenos Aires para facilitar a exportação, estimulando a imigração (tinham um sistema de subvenção para os imigrantes), organizando o sistema jurídico e monetário.
• Participação de capitais estrangeiros nos transportes e na comercialização de produtos.
• As regiões cujas produções não se exportavam começaram a depender da economia da “pampa” ocasionando desequilíbrios regionais (açúcar em Tucumán, vinho em Cuyo)

Com a crise de 1890 o endividamento foi importante afetando o sistema todo. Começaram as greves, as ações da bolsa caíram, quebrou o sistema bancário. Aumentaram-se os preços dos alugueres dos campos e muitos não podiam se pagar. Os colonos foram as grandes cidades abandonando as terras alugadas.
Se funda a “União Cívica radical” que será oposição questionando o regime oligárquico e o primeiro partido político moderno.
Nos primeiros anos do século XX, começou a se exportar carne congelada, aportando benefício importante e produzindo enfrentamentos entre pecuários e industriais. Enfrentamentos jamais concluídos. Instalaram-se as primeiras fábricas modernas.
Os habitantes se integrarão a associações de seus países e não participarem das questões políticas. A primeira federação obreira se forma em 1901.
Em 1896 Juan B. Justo fundou o partido socialista que se enfrentou com a UCR por diferenças ideológicas. Nessa época, a UCR foi um partido de classes médias e o PS defendia interesses dos trabalhadores.
Dom Hipólito Yrigoyen foi o primeiro presidente não pertencente à oligarquia que foi eleito em 1916, ele pertenceu à UCR.
Esta transformação dá origem à Argentina moderna.
13 Presidentes:
• 1. Roca, Julio Argentino 1880/1886
• 2. Juarez Celman, Miguel 1886/1890 (renunciou)
• 3. Pellegrini, Carlos 1890/1892
• 4. Saenz Pena, Luis 1892/1895 (renunciou)
• 5. Urtiburu, José E. 1895/1898
• 6. Roca, Julio Argentino 1898/1904
• 7. Quintana, Manuel 1904/1906 (morreu)
• 8. Figueroa Alcorta, J. 1906/1910
• 9. Saenz Pena, Roque. 1910/1914
• 10.de la PLAZA, Victorino 1914/1916
• 11.Yrigoyen Hipólito 1916/1922
• 12.de ALVEAR, Marcelo T. 1922/1928
• 13.Yrigoyen Hipólito 1928/1930 Foi deposto

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