Séculos XIX e XX

Séculos XIX e XX

lunes, 21 de junio de 2010

O Brasil e a Argentina. Texto 4 : Século XIX no Brasil

1808 - 1889
O Brasil teve uma longa história de lutas sociais e étnicas, foram lutas de resistência contra a dominação a que estavam sujeitos, nelas já estava presente o problema da autonomia e das estratégias dos diferentes grupos sociais.
O homem branco, com sua cultura e instituições trazidas da Europa, foi o que introduziu formas de organização que por ser diferentes às existentes, iriam gerar os crescentes conflitos sociais que se foram agravando na transição da época mercantil à época industrial.
A economia estava baseada inicialmente no escambo, mas logo foi organizada em torno dos latifúndios do açúcar e do café, que se somaria à exploração mineral de ouro e diamantes.
A produção baseada na mão de obra escrava, índia e negra deu a essa dominação e exploração, também um caráter étnico.
Às primeiras indústrias metalúrgicas e manufatureiras, foram a fábrica de ferro de Sorocaba, a fabrica de armas de Minas, a indústria Mauá, em Niterói.
Em 1850 havia já cerca de 50 indústrias, entre fábricas de tecidos, alimentação, metalurgia e produtos químicos.
Consideram-se diferentes períodos na história do século XIX
O período joanino:
Com a invasão de Napoleão D. João VI decidiu mudar a corte para o Brasil, evitando ser aprisionado com sua família e o governo, tornando possível manter a autonomia portuguesa a partir do Brasil. Manteve assim também o Brasil em poder de Portugal.
A Corte de D. João permaneceu no Brasil desde 1808 até 1821 quando a ex-colônia brasileira se converteu em sede da monarquia. Em 1808, D. João aportou na Bahia, onde assinou uma Carta Régia abrindo os portos brasileiros ao comércio com as nações amigas. Depois, ele e sua Corte partiram em direção ao Rio de Janeiro. Na nova capital tomou várias medidas: revogou a proibição das manufaturas no Brasil; criou a Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação e o Banco do Brasil (é interessante ler todo o desenvolvimento da época)...
Os anos seguintes de sua permanência no Brasil foram marcados pela assinatura dos tratados com a Grã-Bretanha e pela elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves. No campo militar, seu governo enfrentou uma revolta em Pernambuco em 1817.
O Nordeste do Brasil, tinha dificuldades econômicas pela queda do preço do açúcar a isso se somavam os pesados impostos cobrados para custear os gastos da monarquia instalada no Rio de Janeiro. A eclosão social foi iminente, surgiu um movimento separatista em Pernambuco nesse ano. A profunda insatisfação dos colonos que enfrentavam dificuldades econômicas, somadas às idéias de liberdade e igualdade que agitavam a Europa e a América, os levaram à conspiração, quando criado o Governo Provisório.
O movimento recebeu a adesão da Paraíba e do Rio Grande do Norte. O governo republicano publicou a Lei Orgânica que destacava a igualdade de direitos e a garantia da propriedade privada, decretou também a extinção do impostos. Este movimento, de caráter republicano, separatista e anti-lusitano fracassou, não obstante, deixou profundas raízes na sociedade pernambucana, que anos mais tarde revolta-se novamente.
D. João aboliu efetivamente o regime colonial ao estabelecer a sede da monarquia e promoveu uma inversão de papéis entre Brasil e Portugal. Foram abolidas uma a uma as velhas engrenagens da administração colonial, e foram substituídas por outras de uma nação soberana. Caíram-se as restrições econômicas e passaram para um primeiro plano os interesses do país.
O Brasil constituiu uma base essencial da economia portuguesa. A exportação era quase toda canalizada pelos portos brasileiros; e a importação ia quase toda do Brasil. As matérias-primas tropicais faziam escala em Lisboa e de aí eram reexportadas para o exterior.
Muitos nobres, instalados na corte do Rio, viviam à custa dos bens que possuíam no Portugal. Assim, a política joanina de romper antigas subordinações do Brasil em relação à Metrópole provocou crises em Portugal.
D. João VI prestou juramento à futura Constituição portuguesa em 1821, tropas portuguesas dos quartéis do Rio de Janeiro amotinaram-se, exigindo que D. João VI retornasse ao Portugal, para evitar uma guerra civil nomeou Regente seu filho primogênito e embarcou para Lisboa e em 1825 reconhece a independência política do Brasil.

Período do Império.
Primeiro reinado.

A independência política do Brasil em 1822 marcou o fim do tráfico de escravos. O reconhecimento da independência política do Brasil, proclamada por seu filho, D. Pedro deu início ao período do Império até 1889. D. Pedro I foi imperador até 1831. Ele acreditava que a melhor maneira de eliminar a escravidão seria de uma maneira gradual, com a imigração de trabalhadores europeus para substituir aos escravos que viriam a faltar. A escravidão não se resumia somente a negros, havia casos de brancos escravos. Ter escravos estava muito difundido, pessoas com pouco dinheiro compravam um, apenas pudessem.
O Imperador combatia a escravidão e entrava em choque com a população que via em suas ações uma demonstração de autoritarismo.
Poucos foram os que se aliaram a D. Pedro na primeira metade do século na luta pelo fim da escravidão. A maior parte, permanecia hostil às idéias abolicionistas. Depois de várias décadas seu filho, D. Pedro II e sua neta, lograram extingui-la.
A Constituição previa que, o Brasil seria comandado por uma regência de três autoridades. A Regência Trina tinha um representante de cada uma das três grandes vertentes políticas no país, os liberais, os conservadores e os militares. Mostraram-se democráticos e federalistas, pois criaram as Assembléias Legislativas provinciais, para dar maior autonomia às províncias brasileiras descentralizando. Além disso, a cidade do Rio de Janeiro foi município neutro.
Viúvo desde 1826, contrai segundas núpcias por procuração em 1829. Ao morrer João VI para evitar o conflito com seu irmão absolutista que tinha participado por duas vezes em tentativas de assassínio do seu pai e não era visto com bons olhos pelos portugueses, torna-se Rei de Portugal, abdicou aos poucos em favor da sua filha Maria da Gloria e regressou ao Brasil porque a Constituição brasileira não lhe permitia ser monarca de dois países. Acordou o casamento da filha com o tio, mas as alianças dele com os setores mais absolutistas o forçaram a regressar a Portugal para lutar pela causa liberal e pelo reconhecimento do direito da sua filha ao trono português.
Em 1831 abdica da coroa do Brasil em favor de seu filho Pedro II e parte para Portugal.

Segundo reinado.
A maioridade de Dom Pedro II é decretada pela Assembléia Geral e assume o trono, com apenas 14 anos. O Brasil teve um período de império com dois reinados. Dom Pedro II conseguiu, nos primeiros anos de seu governo um Brasil estável e próspero.
Assim cumpriu 18 anos por negociações diplomáticas, foi assinado o contrato de casamento com a Princesa Teresa Cristina Maria. Como princesa real, teve uma educação esmerada: belas artes, música, canto, bordado, francês e religião. Possuía natureza sensível, inteligência apurada e inclinada naturalmente ao culto da arte. Estudiosa da cultura clássica, interessou-se especialmente pela arqueologia e as descobertas que estavam sendo realizadas na sua época,
Ela seria conhecida como "a imperatriz arqueóloga” e daria muito incentivo as manifestações culturais do Brasil.
Seguiu a tendência centralizadora com a nomeação de todos os cargos de hierarquia.
O fato também se percebeu na organização do Código de Processo Criminal, na admissão de uma espécie de Parlamentarismo na Constituição. Cria-se o Banco do Brasil....
Logrou-se certa coesão ao superar o segundo ciclo de revoltas por questões sociais e disputas de elites.
Mostrou a crescente força do poder central para sufocar as revoltas.
A Revolução Farroupilha (no sul do Brasil) quando D. Pedro II assumiu o trono, tomava proporções assustadoras, além disso, a região estava próxima de conseguir a independência do resto do país, o fato foi controlado com inteligência por D.Pedro II. Ele nomeou Comandante-chefe do Exército, a quem tinha sufocado as revoltas em Minas e em São Paulo. Além da liderança no Exército, foi agraciado com o título de Presidente da província do Rio Grande do Sul, negociou com líderes e fez manifestos patrióticos integrando-se.
D. Pedro II interveio na política ou militarmente nos vizinhos da região do Cone Sul sempre que sentisse que era de importância estratégica para os interesses do Brasil. Orientando-se no sentido de evitar o fortalecimento da Argentina, Uruguai e Paraguai, Oribe (Uruguai) e Rosas (Buenos Aires) buscavam criar um só país, isso desequilibraria as forças, já que o novo país controlaria os dois lados do rio da Prata. Os interesses do Brasil na região estavam em perigo. D. Pedro II declarou a guerra aos dois países, e mandou organizar um novo exército no Sul, invadiu o Uruguai, derrubando Oribe e apagando a possibilidade do Uruguai se fundir com a Argentina e o Brasil se aliou às tropas do general Urquiza para lutar contra Rosas.

O Paraguai era independente política e economicamente com estado regulador e incentivo à indústria. Tinha uma política autônoma. Os ingleses não permitiram isso porque o Brasil e a Argentina deixariam de comercial com eles. Articulou-se um conflito que finalizou com a guerra do Paraguai, o país mais desenvolvido da América. Foi uma guerra que deixou sem homens ao Paraguai, eles defenderam com a vida seu país.

O Paraguai foi derrotado pelos três países e sua economia despedaçada.
Uma forte seca no norte causou muitos mortos (mais que a guerra do Paraguai). Também teve que enfrentar a resistência dos povos, que se manifestaram com revoltas, aos aumentos dos impostos...

As práticas das escolas foram transferidas a uma Escola Central (depois será a Escola Politécnica) e foi criada outra Academia Militar.

Ao ter o mundo maior poder econômico, cresceu a demanda do café brasileiro favorecendo aos produtores que exportavam. Os paises que se industrializavam também necessitavam de matérias-primas. Isso desarrolhou os meios de transporte e determinou uma nova organização dos setores mercantil e financeiro. Parte dos lucros gerados na produção de café se usaram na montagem de fábricas desenvolvendo assim às indústrias.
Em 1850 aboliu-se a escravatura embora não foi de cumprimento efetivo. Em 1871 se promulgou a Lei do Ventre Livre que dá liberdade aos filhos de escravos nascidos no Brasil.
O que mais favoreceu o crescimento interno econômico foi a solução do problema da mão-de-obra através da imigração européia além da expansão do crédito, através de uma reforma bancária, que deu recursos para a formação de novas lavouras cafeeiras. Em São Paulo, reduziram o custo de transporte para os proprietários das novas lavouras que estavam no interior paulista a expansão das redes ferroviárias.
Diversificaram-se as atividades econômicas estimulando a urbanização. Os investimentos feitos na compra de escravos eram direcionados para a mecanização da indústria e pagamento de salários.
As pessoas ligadas ao café comandavam todos os setores da economia, isso não acontecia nos engenhos de açúcar onde os proprietários ficavam nas tarefas específicas e o setor financeiro estava a cargo de outros setores.
As transformações na estrutura produtiva fora gerada pela cafeicultura que possibilitou a vagarosa a gradual modernização da sociedade brasileira, que transformaria a sociedade rural e escravista em uma sociedade urbana industrial.
Nessa época, o Império passou a financiar a imigração de europeus para que se dedicassem à agricultura, foram milhões de imigrantes europeus, na sua maioria italianos, espanhóis e portugueses, além de contingentes menores de alemães, russos, suíços e de outras nacionalidades. No início do século XX, começou a imigração de japoneses.
Propuseram lhe que se tornasse o Imperador da Ibéria ( unificação do Portugal com a Espanha). O monarca brasileiro aceitou a proposta e realizou os preparativos para partir para a Europa e derrotar os absolutistas em favor dos constitucionalistas. A aceitação da oferta da coroa imperial da península Ibérica seria uma das razões que levaria D. Pedro a abdicar do trono brasileiro.
Os Partidos Republicanos do Rio de janeiro e de São Paulo criaram clima de intensa agitação. E pediram a intervenção militar o Exército se mostrou sensível ao pedido. Os líderes republicanos se reuniram com o marechal da Fonseca, pedindo-lhe que liderasse o movimento para depor a monarquia ele aceitou a proposta. No dia 15 de novembro de 1889, a República foi final¬mente proclamada.
Foi uma época de grande progresso cultural e industrial, com o crescimento e a consolidação da Nação Brasileira onde se criaram e reformularam escolas e faculdades, onde se fomentaram as artes e as manifestações culturais.
Hilda Mendoza
Bibliografia:História do Brasil (Francisco de Assis Silva)
Brasil e Argentina (Boris Fausto e Fernando Devoto)
http://es.wikipedia.org

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