Séculos XIX e XX

Séculos XIX e XX

lunes, 5 de julio de 2010

O Brasil e a Argentina. Texto 11 : A Argentina 1966-2003

Este período teve quatro pontos importantes, as duas ditaduras militares e as voltas das democracias com o julgamento aos responsáveis dos governos do fato sa segunda ditadura.

37.ONGANIA, Juan Carlos (1966/1970, Governo de fato)
A idéia era se instalar, organizar a economia a seu jeito fazer desaparecer os partidos políticos e a democracia. Onganía Foi apoiado pelos sindicalistas, e pelo secretário geral Augusto Vandor. Vários grupos de interesse tais como a indústria, os trabalhadores, e a pecuária, criariam comitês para assessorar o governo, a maioria das pessoas dos comitês foi indicada pelo próprio ditador. Suspendeu o direito de grave, seu ministro de economia, Krieger Vasena, decretou um congelamento dos salários (com uma inflação de 30%) e uma desvalorização de 40% do peso argentino, que impactou adversamente na economia, favorecendo o capital estrangeiro. Suspendeu as convenções coletivas de trabalho, reformou a lei dos combustíveis, assinou uma lei que facilitava as expulsões de inquilinos caso do não-pagamento de aluguel.
Significou o fim da autonomia das universidades, que tinha sido conseguida pela reforma universitária de 1918. Com apenas um mês de sua administração, os estudantes universitários foram reprimidos na chamada “Noite dos bastões longes” onde ingressaram nas universidades violando a autonomia empurraram aos estudantes e fecharam as universidades.
Reprimiu tudo que considerasse "imoralidade", as roupas, os cabelos longos para meninos, e todos os movimentos artísticos de vanguarda. Isso radicalizou às classes médias que estavam presentes nas universidades.
Os opositores, dentro das próprias forças armadas, publicamente divergiram. A ditadura estava enfraquecida pelas revoltas populares dos trabalhadores e dos estudantes que ocorreu em todo o país, em particular no interior, “O Cordobazo” “O Rosariazo”.
Onganía finalmente foi derrubado por uma junta militar e foi substituído.

28. LEVINGSTON, Roberto (1970/1971, Governo de fato)
A Junta de Comandantes em Chefe das três forças armadas o designou para substituir ao presidente de fato Onganía. Ocupou a presidência durante menos de um ano, e foi deposto a sua vez por Alejandro Agustín LANUSSE.

29. LANUSSE, Alejandro (1971/ 1973, Governo de fato)
Estava enfrentado a Ongania, exigiu a renúncia dele e depois da negativa, o derrubou. Durante seu mandato restabeleceu as relações diplomáticas com a China, convidou a Perón a regressar do exílio (foi uma provocação mais que um convite, ele disse que não “lhe dava o couro para vir”).
Lanusse se comprometeu a convocar a eleições em 1973 com a condição de que Perón não participasse nelas, apresentou-se no nome de Perón, Héctor Cámpora e venceu com 49,5% dos votos. Depois da posse deste como presidente, Lanusse se retirou da vida pública.
Lanusse foi um crítico ativo da atuação das Juntas Militares o declarou nos julgamentos celebrados após o retorno da democracia em 1985.

30. CAMPORA, Héctor José (1973/1973, Renunciou)
Sua posse foi uma festa das esquerdas latino-americanas estiveram presentes, o então presidente do Chile Salvador Allende, o presidente de Cuba Osvaldo Dorticós... Sua primeira medida foi, conforme havia prometido a anistia dos presos políticos, retomaram-se as relações diplomáticas com Cuba interrompidas durante a ditadura militar.
Perón voltou ao país e ocorreu a Massacre de Ezeiza onde se enfrentaram seus partidários (no peronismo estavam desde a esquerda até a direita). Cámpora convoca à eleições sem proscrição, Perón foi reeleito com mais de 60% dos votos. Cámpora renúncia e assumiu Perón em seu terceiro mandato.

31. LASTIRI, Raúl Alberto (1973/1973, assumiu em forma interina como presidente do Senado)

32. PERON, Juan Domingo (1973/1974, morreu)
Estava casado por terceira vez com Maria Estela Martinez (Eva Duarte tinha morrido de câncer no ano 1952). Perón Assumiu em seu terceiro mandato depois de 18 anos de exílio sua vice-presidente era sua mulher conhecida como Isabel. Ainda tinha o carisma do paternalista. As nacionalizações e as reformas sociais, assim como sua postura crítica, sobretudo ante os Estados Unidos, permitiram-lhe contar com o apoio da população durante muito tempo. Além disso, sua política na primeira e segunda presidência, foi favorecida pelo crescimento econômico gerado pelo grande aumento da procura européia durante o pós-guerra na terceira presidência, não tinha conseguido recuperar seu poder político anterior. Depois de sua morte o sucedera a vice-presidente.

33. MARTINEZ de Perón, María E. (era conhecida de Isabelita, 1974/1976, Deposta)
Isabelita tornou-se presidente após a morte de seu marido. Ela foi deposta pela junta militar encabeçada por Jorge Rafael Videla em 24 de março de 1976.
José López Rega foi seu ministro de bem-estar social e secretário pessoal, conhecido como “O Bruxo”, exerceu uma quase total influência sobre Isabelita nesta fase do governo. Predominaram os interesses da direita peronista sobre outros grupos sociais. Lopez Rega desviou fundos públicos para o financiamento de uma formação ilegal conhecida como AAA (Aliança Anticomunista Argentina) O grupo paramilitar, empreenderia ações de ataque a figuras destacadas da esquerda que acabariam em atentados, sequestros, torturas e assassinatos. O governo teve atitude de controle rigorosa em várias províncias dissidentes, universidades, sindicatos, canais de televisão privados. Reforçou a censura. Durante este período se viveram situações marcadas por um notório obscurantismo e uma quase completa inoperância administrativa em todos os níveis do governo.
A economia também sofreu danos severos, com uma inflação importante, uma paralisação dos investimentos de capital, a suspensão das exportações de carne para a Europa e o início do crescimento incontrolável da dívida externa. A suspensão das compras de carne argentina pela Europa piorou a situação.
Em 1975 aplicou uma violenta desvalorização da moeda acompanhada de aumentos de tarifas; o chamado Rodrigazo, foi parte do plano de López Rega para debilitar as pressões sindicais provocou entretanto a primeira greve geral contra um governo peronista, López Rega se viu obrigado a renunciar a seu cargo e abandonar o país.
Devido à crescente atividade dos grupos de esquerda, os peronistas chamados de Montoneros como outros de linha marxista, e de extrema direita, decidiram fortalecer a ação repressiva de governo. Renovaram a cúpula militar, designando a Jorge Rafael Videla para o comando do Exército Argentino. Tudo como parte de um programa de endurecimento do controle, que incluiu também o fechamento de publicações opositoras. A decisão de recorrer à força militar desembocou na assinatura do decreto que dá início ao chamado Operativo Independencia, a intervenção das forças armadas na província de Tucumán que deu início à chamada Guerra Suja na Argentina. Martínez pediu licença do cargo durante alguns dias, deixando o exercício ao presidente provisional do Senado Ítalo Luder.
A pressão militar ia crescendo, expressou-se em um levantamento da Força Aérea controlado a duras penas, Martínez se negou reiteradamente a renunciar, anunciou a antecipação das eleições presidenciais. Entretanto, o golpe de estado já era, estava orquestrado pelos líderes das três forças, constituídos em Junta Militar, puseram fim a seu governo e assumiram como Proceso de Reorganización Nacional.
Acusada de malversação de fundos, Martínez foi posta em prisão domiciliar em Neuquén e depois em San Vicente, província de Buenos Aires. Foi investigada pela Comissão Nacional de Recuperação Patrimonial acerca de atos de corrupção.

34. VIDELA, Jorge Rafael (1976/1981 Governo de fato)
Derrubou à presidente María Estela Martinez exerceu uma cruel ditadura com violações aos direitos humanos. Foram desaparecidas 30 mil pessoas, roubadas crianças e também cometeram delitos econômicos.
Nos primeiros tempos, estiveram no “Proceso de Reorganización Nacional”, Videla-Massera-Agosti. Os militares estiveram treinados na Escola das Américas, estavam preparados para a luta interna com o objetivo de impedir a chegada ao poder regimes de esquerda.
Cámpora refugiou na Embaixada do México em Buenos Aires, aí permaneceu por mais de três anos até que lhe foi dada permissão para voar ao México, onde morreu pouco depois.
Martínez de Hoz conduziu a economia durante a presidência de Videla. Suas medidas econômicas, baseadas na abertura dos mercados e no desmantelamento da legislação trabalhista vigente, contribíram para o desmantelamento dos sindicatos e a polarização das diferenças de classe, ele mesmo argumentou que as atividades repressivas do “Proceso” foram necessárias para conter o descontentamento popular pelos resultados econômicos. Devido às medidas tomadas a dívida externa se multiplicou por quatro.
Entre as três forças armadas, pela necessidade de ter o poder, provocaram-se tensões. Produziram-se mudanças, fora afastada do cargo a junta do governo e substituída por outra que na presidência estava o Chefe do Estado Maior do Exército, Roberto Viola

35. VIOLA, Roberto E.(1981/1981, Governo de fato)
Exerceu a presidência da Nação continuando com os mesmos lineamentos, foi removido aos poucos e sucedido por Galtieri.
Na democracia foram julgados, condenados a prisão perpétua e destituídos do grau militar por numerosos crimes cometidos durante seu governo.

36. GALTIERI, Leopoldo F.(1981/1982, Governo de fato)
Assumiu em dezembro e para conter o descontento popular pela situação política e econômica, assim desviava a atenção do povo, declarou a guerra Inglaterra pela soberania das ilhas Malvinas. O fracasso dessa aventura, proposta por esse militar bêbado, foi estrepitoso.
Foi condenado pelo Conselho Supremo das Forças Armadas no governo de Alfonsín, e indultado por Menem, morreu cumprindo prisão domiciliaria.

37. BIGNONE, Reynaldo B. (1982/1983 Governo de fato)
Não tendo a guerra para desviar a atenção, não teve como pôr freio ao descontento popular.
As manifestações indicavam que era inevitável o retorno à democracia, então tentou condicionar: Não se investigariam os crimes da chamada Guerra Suja, proposta rechaçada pelos partidos políticos e a população toda.
Foi julgado na época de Alfonsín nos casos de detenções, sequestros, apropriação de filhos de desaparecidos, foi preso pelos crimes cometidos.

38. ALFONSIN, Raúl Ricardo (1983/1989)
O advogado radical venceu nas urnas. Foi opositor obstinado do regime militar.
Restabeleceu a plena vigência das instituições republicanas e dos direitos e garantias constitucionais. Os máximos responsáveis pelas violações aos direitos humanos durante o regime militar foram julgados e condenados pela justiça.
Setores militares e integrantes de seu partido fizeram pressão então impediu o julgamento de outros responsáveis promulgando as leis de "Ponto Final" e a de "Obediência Devida" leis que foram consideradas nulas pelo Congresso nacional em 2003 e inconstitucionais pela Corte Suprema de Justiça.
Assinou o tratado de Paz com Chile por esse disputa a Argentina esteve a ponto de ir à guerra em 1978.
A inflação foi de 343% em 2008 e, superior a 3000% em 1989. Propôs ao Presidente-eleito do Brasil, Tancredo Neves, iniciar um processo de integração entre os dois países "para fortalecer a democracia, afrontar a dúvida externa assim possibilitar a modernização produtiva", proposta que foi bem recebida pelo brasileiro.
José Sarney dedicou-se ao projeto de integração, juntamente com seu par argentino.
Alfonsín renunciou à presidência cinco meses antes de terminar seu mandato ante uma situação social insustentável. Sucedeu-lhe na Presidência Carlos Saul Menem, que já tinha sido eleito.
Nas urnas saiu vencedor Carlos Menem.

39./40. MENEM, Carlos Saul (1989/1995 Cumpre seu período)// (1995/1999 Cumpre seu período)
Pela Reforma constitucional combinada com Alfonsín pôde ser eleito outro período de 4 anos, assim, seu governo foi de dez anos.
Menem foi muito criticado pela corrupção no seu governo, o seu perdão aos ex-ditadores Videla, Massera, Galtieri e outros criminosos condenados.
Sua política econômica levara à taxa de desemprego de mais de 20 por cento e a uma das piores recessões da Argentina, embora eficaz no combate à inflação. Falou-se da duvidosa investigação no atentado da Embaixada israelita, da AMIA (comunidades judaicas) onde morreram 85 pessoas, da venta ilegal de armas ao Equador. No ano 1995 morreu seu filho Carlitos em um suposto acidente, mais surgiram teorias que falam de um assassinato.
O ministro Domingo Cavallo introduziu uma série de reformas e colocou o valor do peso argentino em paridade com o dólar americano, privatizou os serviços de utilidade pública (incluindo as companhias petrolíferas, os correios, telefone, gás, eletricidade e água). A inflação pôde ser domada e levada a praticamente zero por um afluxo de investimentos de fundos estrangeiros e pelas ventas do patrimônio Nacional. Os empréstimos do Fundo Monetário Internacional tiveram efeitos desastrosos sobre a economia argentina.
As políticas neoliberais foram também criticadas pela esquerda do espectro político argentino e por alguns elementos da Igreja Católica, e deram origem ao movimento de trabalhadores desempregados “Piquetero”.
Durante a administração de Menem as questões fronteiriças com o Chile foram resolvidas pacificamente e se eliminou o serviço militar obrigatório nos jovens de 18 anos.
Ante a impossibilidade de se apresentar para um terceiro mandato em 1999 o candidato foi Duhalde que foi vencido pelo radical Fernando de la Rúa

41. DE LA RUA, Fernando (1999/2001, Renunciou)
Tinha sido chefe RADICAL de governo da Cidade de Buenos Aires, cargo de eleição depois da Constituição de 1994. Apresentou-se em aliança com FREPASO (agrupação de partidos opositores ao “menemismo”). A campanha foi contra a frivolidade da época anterior e sua vitória, deveu-se ao forte repudio do povo à Menem.
As medidas do governo prejudicaram aos setores médios ao instrumentar o aumento impositivo e a setores menos favorecidos. Por meio de um decreto tentaram fomentar o desenvolvimento fazendo caminhos, vivendas... Em outubro renunciou o vice-presidente fazendo denuncias de corrupção.
Acudiu novamente ao FMI e aos bancos privados para o pagamento de dúvidas. Um plano de ajuste levou-lhe a baixar os salários um 13% (até aos aposentados). Decretara-se também a “intangibilidade dos depósitos”.
A situação política era desfavorável, realizaram-se greves e “piquetes” ocasionando cortes de ruas.
As pessoas começaram a sacar os seus depósitos dos bancos, então “congelaram os depósitos” os dinheiros não podiam se retirar. A medida, violava ao a lei de “intangibilidade dos depósitos” ditada por eles mesmos.
A situação social tornou-se incontrolável, saqueios, desmandos... Muitos viviam da permuta de coisas e de alimentos.
Começou uma aliança entre as classes médias com os excluídos, esse romance não era de longe duração. Decretou-se o estado de sítio mais não foi respeitado pela população que saio às ruas... Os grêmios chamaram à greve...
O mandato era até 2003, embora, de la Rua renunciou o 20 de dezembro de 2001 em meio de uma revolta popular provocada pelo aumento da pobreza (tinha-se triplicado), que causou mais de 30 mortos,
A Assembléia Legislativa determinou que fosse sucedido por Ramón Puerta.
Um caos político sem precedentes levou que se sucederam na presidência Adolfo Rodriguez Saa, Eduardo Camaño e finalmente Eduardo Duhalde em só poucos dias.

42. PUERTA, Ramón (2001/2001)
Entrega o mando ao Presidente elegido pelo Poder Legislativo

43. RODRIGUEZ SAA, Adolfo (2001/2001, renunciou)
Declarou a Argentina insolvente para enfrentar os pagamentos. Pessoas com imagem negativa estavam no governo e o descrédito levou a sua renúncia, só foi presidente 7 dias.
Assumiu interinamente Eduardo Camaño.

44. CAMAÑO, Eduardo (2001/2002)
Foi presidente em tanto a Assembléia Legislativa elegia ao novo.

45. DUHALDE, Eduardo (2002/2003)
Foi a quinta pessoa em ocupar o cargo em apenas duas semanas. A decisão foi tomada pela sessão conjunta do Senado e Câmara, foi eleito no meio do caos nas ruas de Buenos Aires, Rosario e outros pontos do país.
Ficou pouco menos de dois anos na Presidência, cumprindo o restante do mandato do ex-presidente Fernando de la Rúa até 10 de dezembro de 2003.
As eleições presidenciais marcadas pela Assembléia Legislativa para março de 2002 ficaram canceladas. Entre as medidas desse governo de transição, estiveram a desvalorização da moeda, que deu fim à convertibilidade, a “pesificação” forçada dos depósitos bancários em moeda estrangeira, e distribuição de planos sociais para atenuar os efeitos de uma economia em recessão que tinha incrementado a pobreza e indigência até índices nunca vistos antes na Argentina. Seu plano econômico, permitiu que a economia argentina mudasse em alguns aspectos embora os depositantes resultaram seriamente prejudicados ao descumprir a promessa eleitoral de "o que pôs dólares receberá dólares" o que não cumpriu.
Os piquetes continuaram e na estação ferroviária de Avellaneda por repressão da polícia morreram dos jovens assassinados, ademais de muitos feridos. Ante o impacto gerado, Duhalde antecipou seis meses o chamado a eleições presidenciais e anunciou que não ia voltar a se apresentar, assim como decidiu dar apoio a Nestor Kirchner quem resultou eleito presidente. Uma vez na presidência e depois de um bom período inicial, Kirchner enfrentou-se politicamente a Duhalde derrotando-o na província de Buenos Aires nas eleições legislativas de outubro de 2005.

Néstor Kirchner cumpriu su período (2003/2007)
Cristina Fernández (2007/continua)

Hilda Mendoza
Criação pessoal baseada em livros de História, sindo seus autores Milcíades Peña, Rodolfo Puiggrós, Felipe Pigna, Robert A. Potash. Alain Rouquié, Mario Rapoport

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